A alíquota de 10% é uma surpresa positiva, já que fica bem abaixo dos 60% que Trump chegou a sugerir durante sua campanha eleitoral.
Embora Trump tenha apresentado os 10% como uma ideia ou possibilidade, sem formalizar a decisão, o anúncio feito na Casa Branca no início da noite foi suficiente para animar os mercados. O movimento é visto como um gesto significativo, que sugere uma postura menos combativa no campo comercial.
A possibilidade de que Trump pegará mais leve com as tarifas à China ajudaram a tirar a pressão da curva de juros futuros nos EUA, o que colabora para o singelo enfraquecimento do dólar ante o real.
O dólar fechou em queda de 1,40% aos R$ 5,946. Este é o menor valor de fechamento da divisa desde 27 de novembro do ano passado. O movimento de perda de ímpeto da moeda americana é global.
O EMCI, índice que mede a performance de um grupo de moedas de mercados emergentes (como o real brasileiro, peso mexicano e rand sul-africano) em relação ao dólar americano, valoriza mais de 10% na sessão de hoje, o que significa que essa cesta de moedas ganha força ante a divisa americana.
Entrada de capital estrangeiro
A entrada de capital estrangeiro também explica a valorização do real. Desde o dia 13 de janeiro até hoje, houve um fluxo positivo de dólar ingressando na bolsa, na casa dos US$ 10 milhões, o que colaborou tanto para a alta do Ibovespa como para a queda do dólar.
"Há algumas oportunidades de bolsa, em renda fixa também pelos juros altos aqui no Brasil, isso está atraindo alguns investidores, além do Banco Central (BC) ter feito um leilão direto na segunda", diz Anilson Moretti, head de câmbio na HCI Invest.
Segundo o especialista, caso esse fluxo siga positivo, é possível que a correção do câmbio chegue no patamar dos R$ 5,80 até o final de março.
Por Rebecca Crepaldi - Exame