III Festival de Música Clássica é aberto neste domingo em João Pessoa

29/11/2015
A violinista Noa Wildschut, da Holanda, é homenageada no 3º Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa (Foto: Merlijn Doomernik/Divulgação)
A violinista Noa Wildschut, da Holanda, é homenageada no 3º Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa (Foto: Merlijn Doomernik/Divulgação)

 A terra que se notabilizou nacionalmente por ser o berço do forró também é curiosamente um celeiro ativo da música clássica, que produz uma invejável safra de instrumentistas todos os anos e já projetou para o mundo nomes como Sivuca e o maestro José Siqueira.

Para celebrar o talento jovem e consolidado de artistas de todas as gerações, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da sua Fundação Cultural (Funjope), e com o patrocínio do BNDES, dá partida à terceira edição do Festival Internacional de Música Clássica. O evento, um dos mais aguardados do ano e consolidado em público e crítica em duas edições lotadas em 2013 e 2014, vai trazer um seleto grupo de 15 solistas internacionais para tocar em 23 concertos que começam neste domingo (29) e seguem até 5 de dezembro.

Há convidados de seis nacionalidades diferentes: brasileira, americana, russa, holandesa, israelense e japonesa – numa demonstração do congraçamento de países em torno de uma só arte: a música, em toda a sua riqueza. As apresentações vão tomar as centenárias igrejas do Centro e Centro Histórico da Capital de 430 anos – sem contar os eventos de formação musical que serão desenvolvidos em 11 masterclasses voltadas para estudantes que desejam se aperfeiçoar com os mestres.

Este ano, o padrão de excelência dos instrumentistas vem com um foco distintivo: a edição é dedicada às crianças que conquistaram o seu espaço em grandes orquestras do mundo e as que estão se iniciando na arte, como no caso do projeto Ação Social pela Música do Brasil (ASMB), que abrirá o concerto do domingo.

ASMB – A orquestra, fruto de um projeto nacional que fundou o seu nono núcleo no bairro do Alto do Mateus, tocará “Meu lanchinho”, tradicional música francesa, “Hilarity” (Norman Ward) e a cantiga de roda “Estrelinha”.

Em seguida, se apresenta a Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa, que sob a regência do maestro Laércio Sinhorelli Diniz trará os dois primeiros solistas internacionais convidados – os violinistas holandeses Joris Van Rijn e Noa Wildschut, uma das homenageadas do ano – para tocar a “Dança Eslava” Op. 72 n° 2, peça de Dvořák, a “Dança das Horas”, da ópera La Gioconda (A. Ponchielli) e as “Árias Ciganas”, obra mais célebre do compositor espanhol Pablo de Sarasate (1844-1908). A composição se destaca pelo fácil apelo melódico, brilho e difícil técnica – comparável a obras de um Liszt ou Paganini.

Outra música do programa é “A Criação do Dia”, composta por Paula Lalli, filha de Viviane Senna e sobrinha do tricampeão de Fórmula 1, Ayrton Senna, especialmente para os meninos. Ambas, mãe e filha, estarão em João Pessoa para o concerto.

Concertos – O festival segue até o sábado (5 de dezembro), com uma média de quatro concertos diários (23 no total) circulando pelas principais igrejas históricas (programação em www.festivaldemusicajoaopessoa.com.br) e um catálogo de bandas, grupos camerísticos e sinfônicos em diferentes formações.

Compondo o catálogo de músicos da programação, além de Van Rijn e Noa, a russa Masha Iakovleva, a japonesa Mayu Konoe e os brasileiros Alexander Mandl e Alberto Johnson (um dos coordenadores artísticos do evento, ao lado de Paulo Gazzaneo) são os violinistas convidados.

Frank Brakkee (Holanda), Takehiro Konoe (gêmeo de Mayu) e Emerson de Biaggi (Brasil) comporão as violas. Michael Müller (Alemanha) e o brasileiro Matias de Oliveira Pinto são as estrelas ao violoncelo, enquanto Yoram Ish-Hurwitz (Israel) estará ao piano. Completa a relação o violonista Claudio Faga (Brasil).

Ação Social – Baseado no famoso El Sistema (programa nascido na Venezuela que já formou mais de 300 mil músicos em 42 países), o Ação Social pela Música do Brasil existe há 20 anos, atendendo em nove núcleos situados em comunidades carentes do Norte, Nordeste e Sudeste.

O projeto traz uma proposta transformadora, que alia o ensino da música à educação formal, abrindo o horizonte para a possibilidade de inclusão e desenvolvimento do potencial artístico. A unidade do Alto do Mateus atende a mais de 80 crianças com aulas toda tarde de instrumentos de corda (violino, viola, violoncelo e contrabaixo), num sistema de jornada complementar à escola, mais aulas de reforço em matemática e português e distribuição de merendas e cestas básicas.

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