Entenda investigação que apura esquema de fraude milionária em aposentadorias na Paraíba

17/05/2025
Polícia Civil cumpre mandados de busca no bairro de Manaíra, em João Pessoa — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco
Polícia Civil cumpre mandados de busca no bairro de Manaíra, em João Pessoa — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco
A segunda fase da Operação Retomada, deflagrada na manhã desta sexta-feira (16), investiga um esquema de fraudes em aposentadorias que teria causado um prejuízo superior a R$ 126 milhões. A ação é conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Civil.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em cidades da Paraíba — João PessoaCabedelo e Sapé — e no estado de São Paulo.

O que está sendo investigado?

As investigações apuram a atuação de associações que aplicavam descontos indevidos em benefícios previdenciários, sem autorização dos aposentados e pensionistas. A organização criminosa apresentava ações judiciais fraudulentas para obter os descontos, com participação de advogados e, segundo o Gaeco, de um servidor do Poder Judiciário da Paraíba. 
 
Acompanhe o Bananeiras Online também pelo twitterfacebookinstagram youtube

Como funcionava o esquema?

De acordo com o Gaeco, o esquema funcionava através da:

- Escolha de comarcas específicas para ajuizar ações coletivas fraudulentas;

- Obtenção de decisões judiciais rápidas, baseadas em documentos falsificados;

- Garantiam descontos indevidos diretamente nos benefícios dos aposentados e pensionistas;

- Processos sob segredo de Justiça, dificultando a atuação de órgãos de controle e impedindo o contraditório.

As vítimas, muitas vezes, nem sabiam da existência dos processos, descobrindo os descontos apenas ao verificar os benefícios.

Quais as outras fraudes cometidas pelos investigados?

As associações, controladas por advogados, funcionavam à margem da legislação e atuavam como instituições financeiras informais, sem regulação do Banco Central.

Segundo a investigação, as entidades foram usadas para ajuizar as ações fraudulentas com aparência de legalidade, mas sem funcionamento real, sem sede física válida e sem relação com os supostos associados. Elas tinham endereços repetidos, usavam documentos falsificados e serviam à fraude contra instituições financeiras, consumidores e idosos.

Os investigados são suspeitos de:

- Promover empréstimos disfarçados de mensalidades, com juros abusivos;
- Aliciavam aposentados para assinar termos de adesão enganosos;
- Conseguiam liminares para apagar registros de inadimplência, mesmo sem quitação das dívidas;
- Suspenderam descontos de empréstimos anteriores para liberar nova margem consignável;
- Manipularam programas de milhagem, reativando créditos vencidos de forma irregular.

Números da investigação

- Mais de R$ 126 milhões de prejuízo estimado;
- Mais de 230 ações coletivas ajuizadas;
- Aproximadamente 100 mil beneficiários impactados;
- Seis mandados de busca cumpridos nesta fase;
- Onze entidades investigadas, com nomes ainda não divulgados.

Leia matéria completa no g1PB, através do link: 
https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2025/05/16/operacao-retomada-entenda-investigacao-que-apura-esquema-de-fraude-milionaria-em-aposentadorias-na-paraiba.ghtml

Por g1 PB



 

 

 



Outras Notícias