Disputa entre Câmara e Senado afeta planos do governo; entenda
25/03/2023
Arthur Lira engrossou críticas aos senadores e disse que deputados não querem modelo anterior de votação de medidas provisórias
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teme que, diante do atrito, decisões importantes percam a validade, como a reestruturação das pastas ministeriais e as novas regras para o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médicos. Ao todo, 12 MPs deste governo sofrem esse risco.
Por meio de uma medida provisória, Lula instituiu o adicional complementar do Bolsa Família e do Auxílio Gás. O prazo de validade desse medida provisória vai até o início de abril, mas pode ser prorrogado por 60 dias, assim como as outras que estão na mesma situação.
É o caso também de uma série de MPs que trouxeram mudanças sobre as cobranças de tributos sob os combustíveis. Foi usando uma medida provisória que o governo excluiu as receitas do ICMS da base de cálculo dos impostos federais PIS e Confins. Essa decisão faz parte do pacote para reduzir déficit fiscal.
Por outra MP, o governo retomou os tributos sobre o álcool e gasolina, mas prorrogou a desoneração até 31 de dezembro sobre o diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP).
Outras mudanças que estão sob o risco de serem revertidas é a extinção da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). As atividades foram transferidas para os ministérios da Saúde e das Cidades.
Em nome de Lula, articuladores políticos solicitaram aos congressistas a manutenção do rito atual para viabilizar as análises. Isso porque, caso as MPs voltem a passar por análise obrigatória de uma comissão mista antes da votação no plenário da Câmara, há o risco de perderem a validade. Agora, o governo está ainda mais pressionado a intermediar uma solução entre as lideranças do Congresso.
Em nome de Lula, articuladores políticos solicitaram aos congressistas a manutenção do rito atual para viabilizar as análises. Isso porque, caso as MPs voltem a passar por análise obrigatória de uma comissão mista antes da votação no plenário da Câmara, há o risco de perderem a validade. Agora, o governo está ainda mais pressionado a intermediar uma solução entre as lideranças do Congresso.
O embate
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acatou uma questão de ordem para a volta das comissões mistas — por onde começavam a tramitar as MPs antes da pandemia. O movimento ocorreu após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizar que não apoiaria a proposta de emenda à Constituição (PEC) que alterava o rito tradicional de análise das medidas.
Em resposta, Lira garantiu que a questão de ordem aprovada por Pacheco "não vai andar um milímetro na Câmara dos Deputados". "O prejuízo vai ser do governo atual", ameaçou Lira.
Não há mais a disposição da Câmara em mudar o rito de tramitação com uma alternância de início de análise das MPs entre as duas casas. Os deputados querem manter a prerrogativa de que as medidas passem primeiro pelo plenário da Câmara e também reivindicam que a composição das comissões seja reformulada, com a divisão por proporcionalidade e não mais de forma igualitária.
Como o impasse só deve começar a ser rediscutido após a votação das MPs do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não há expectativa de que o assunto se resolva até a volta do recesso da Páscoa. "Eu confio muito no bom senso e na razoabilidade. Tenho plena tranquilidade na consciência, e todos os parlamentares, do seu dever, que sempre foi assim, de apreciar medidas provisórias", declarou Pacheco.
R7
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